segunda-feira, 15 de agosto de 2011

Descabendo


Existem pessoas que adoram falar, falar das pessoas, falar das flores e de amores, e blábláblá. Existem as pessoas que não gostam tanto, e as que não gostam mesmo. Eu não gosto de falar de amor, por incrível que pareça; é como se eu tivesse armado um compromisso com minha razão e minha lógica e nenhum dos meus sentidos emocionais, e se eu falasse qualquer coisa sobre qualquer alguém: puf, seria o declínio lento e mortal do meu ser.
O tempo passa e lentamente eu vou concertando isso, porque eu não aguento guardar coisas tão bonitas e tão melosas dentro de mim, não aguento não dizer essas coisas para pessoas de alta-extrema-plus-advanced confiança. Porque é claro que, obviamente que, certamente que, não vou falar das coisas que sodomizam meu interior para pessoas de alta-extrema-advanced confiança para menos.
Eu não sei se o errado sou eu, apesar de tudo indicar que sim. Eu ainda consigo sentir borboletas no estômago e aquela leseira chata que me faz esquecer o que eu estava falando, e até mesmo esquecer o que eu estava pensando e ficar rindo como uma palhaça quando eu vejo quem. Mas eu me privo disso, não gosto de me ver agindo como uma idiota, ou pior: agindo como uma pessoa que poderia estar apaixonada.
Essa palavra me dá arrepios! Paixão, nossa.
Aí eu fico assim: olhando para a pessoa que eu estava conversando e rindo, não consigo fechar a boca. Ou eu rio demais, ou eu falo demais, e de repente eu sumo. A partir daí me pergunto: cadê meu eu? Mas sabendo que a resposta será “Qual eu você está falando?”, eu nem me indago.
 Eu tenho minha própria classificação amorosa: primeiro vem a atração, depois o encantamento, depois a paixão, aí o afeto e finalmente a junção de tudo: amor. Engraçado que a junção de quatro sentimentos se dê em quatro palavras. Não sei quanto à você, mas acho difícil eu chegar no terceiro estágio. Adivinha o por que?
Isso vem de dentro, é difícil, é confuso, é perturbador! Constantemente me pego e me digo: "Pára! Você acha que ele pensa em você?EM VOCÊ? HA-HA-HA". Aí eu respondo para mim que não, não, não.
O mais difícil de sentir é admitir. Admitir o que? Admitir que estivesse encantada, até vai. Até vai sempre, tenha certeza. Ainda acho que paixão é algo muito forte, é o Flúor na eletronegatividade. Paixão tem sete elétrons na última camada; eu já me apaixonei e foi tão forte que eu posso dizer: paixão é diferente, paixão é intensidade, paixão é imensidão limitada!
Se não quisesse ler tudo isso, podia pegar só esse parágrafo que será um resumo do tudo isso:  arrumo desculpas cabíveis e descabidas para dizer que não sinto o que eu sinto, não sentia o que eu sentia, e que não sento onde eu sento (desculpe pela piada furada). Só eu sei como é para mim chegar em um ponto tão crítico e me perguntar: Estou apaixonada?

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