segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

Eu e Meus Versos

O molejo que tenho com as palavras
muitas vezes me assusta, e me aformoseia.
Conseguir passar os meus sentimentos,
os meus pensamentos,
e muitas vezes os meus devaneios,
são uma libertação e cura para as feridas da alma.
Conseguir descrever detalhadamente algo
no qual não tive experiência vivida ou assistida;
conseguir descrever um sentimento
qual eu não sinto, e provável nunca ter sentido,
é uma emancipação de muitas dores e receios.
Não importa onde esteja, se há escuridão ou clareza;
se escrevo, me liberto, me livro, me purifico.
As palavras são o regar do meu ser.

Não Importa


Eu consigo te odiar em todas as formas,
os sentidos e as razões.
Não consigo suportar ver suas fotos, suas coisas,
seus dizeres e os seus chamares.
Consigo odiar o jeito com que mente;
dizendo coisas que eu sei que são mentiras,
mas acredito, fielmente acredito.
Odeio o jeito com que me encontro ao te ver
e o que sinto quando te encontro.
Odeio falar que te odeio, tentar te evitar;
porque quanto mais tento, menos consigo.
Odeio ter que ser seca e mentir,
ser fria e atuar como se não tivesses importância.
Odeio ver os meteoros invadindo meu coração
e saber que, mais uma vez, vou me enganar.
Vou me enganar comigo mesmo, pois eu te odeio.
E tanto ódio e displicência não são necessários,
A única coisa necessária é aceitar a condição;
a condição de não ter, de apetecer e não alcançar.
Odeio a forma como consegue me levar ao outro lado;
um lado onde quero distância, mas como um imã me atrai.
Dizem que para conseguir, é preciso poder;
para poder é preciso querer.
Eu quero! Ah sim, eu posso... Então eu consigo.
Consigo te odiar, te odiar até o ultimo suspiro de minha alma.
E tanto ódio, talvez seja porque, indiscretamente admito;
Gosto muito de você.

Perfil 2


O fim de quem não quer amar é a insatisfação
E o fim de quem ama é a melancolia.
Mas e o fim de quem achou que amava?
É a desconfiança do amor dos outros.
É mesmo o extremo exagero, mas no fundo
Continuo a mesma platônica e intensa de sempre.
O passado continua a me perseguir e trazer as coisas
Nas quais deveriam sempre ficar para trás
E por fim me arrependo sem lembrar do que aprendi
E que é errando que se aprende.
E que aprendi com você.
Não digo que todo amor é banalidade
Também tenho sentimentos, mas já esfriou o que tive
É o meu exagero junto com a minha vaidade
E uma pitada do meu orgulho, que não me deixa em paz.
Eu vou passar um tempo longe da cidade,
Quem sabe eu volte melhor
Ou esse eu não volte mais.

Perfil


Acordei achando tudo impassível
Na verdade, senti todos os dias como se fossem iguais
Sou tão inconstante, cada dia é uma pessoa diferente
Que sente cada coisa com um olhar desigual
Mas a intensidade fulgurante é a mesma.
Aos poucos fiquei sem saída,
Sem qualquer vão para me proteger
Desse mundo, dessas pessoas, das impetuosidades.
Confesso ter perdido a confiança em muita gente
Deixando acumular coisas, me escondendo
Atrás do que eu sentia e sendo educada demasiada.
Perdi a confiança nas palavras que dizem
Viver assim é depauperar.
É mesmo vaidade, ou muito exagero
Mas não me dou sossego, nunca me deixo em paz.
A satisfação é uma coisa implícita
Na qual eu sei que estou mas algo me diz não
Tenho mais que o suficiente, mas sinto faltar um tanto
E quando me pergunto qual é esse tanto
Vejo que é a minha vaidade procurando mais solidão.

Veneno Em Minha Mente

Eu não gosto de falar isso com alguém,
eu apenas não sou um livro aberto
e poucos conseguem me ler.
Ele foi uma ventania que passou em minha vida,
trazendo a areia do norte e o frio do sul.
Os pequenos grãos de areia me trouxeram amadurecimento
e o frio, a dor.
Ele não era um homem perfeito, com uma postura perfeita
mas tinha os olhos mágicos, e eu precisei disso.
A crua verdade é que eu guardei seu lugar por muito tempo;
mas esse tempo passou, e é um passado tão presente.
E me pergunto o que de bom você me trouxe.
Em uma noite só você fez as coisas partidas da sua vontade,
e durantes os outros meses não ocasionou nada
do que aconteceu nesses.
Um coração de vidro junto com um olhar de leão;
que hipnotiza, envolve, transforma – apenas não destrói.
Mas o você que eu citava em meu coração é um você irreal,
não é a pessoa que és, é um alguém que inventei.
Eu guardei seu lugar, e o que de ruim isso trouxe?
Choveu, mas os raios cor de mel do seu sol ainda brilhavam.
Nevava, mas ainda havia uma chama:
A que você deixou em meu olhar.

quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

Mais Uma de Solidão


As palavras se misturam quando, ao tentar ser sincera e clara, tento dizer o que acontece. Aos teus olhos isto virá a se tornar mais um equívoco, mais palavras vazias e que há alguns tempos futuros serão contrariadas com as minhas ações. O que se sucede é a frieza... Se antes eu cheguei a pensar que fui fria, não sabia o que estava a vir. Não sabia o que eu sentiria agora.
O que se diz do amor, o que se diz da paixão? O amor não tem um único e resultante significado, nem como palavra e nem como sentimento. Só se sabe como se sente quando se ama, mas não o que ele é. Não há como dissecar o amor, não há como falar: “o amor é dessa maneira, ou daquela outra”. O amor é uma incógnita. O amor é forte e eterno enquanto dura.
A paixão é um momento de loucura, de devaneio. A paixão é como um furacão, passa – rapidamente – e devasta toda a estabilidade que tinhas. É tão forte, e tão incerto, que o faz pensar que será eterno e que será verdadeiro. Fazes promessas de um futuro lindo e glorioso, e depois de dois meses... As promessas acabam, despedaçadas e totalmente vazias, assim como o que você tem no peito.
Os dois se assemelham, mas o amor é a posterioridade da paixão. Na paixão, imaginas um ser perfeito! Conforme o conhece, vê que não ele é o que pensavas, o que querias... E a paixão se inverte, fazendo com que tenha raiva da pessoa por ela não ser o que esperava. O amor não... No meu conceito, é logo por aí que o amor pode nascer. Quando se conhece os defeitos da pessoa e não se deixa abalar por isso. O amor de homem-mulher nasce aí.
Lá sei quais são minhas intenções em tentar explicar esses sentimentos, se eu mesmo digo que só podemos dizer o que se sente e não explicar. Sei qual é a minha intenção em dizer que me sinto fria, e lá no fundo, um pouco magoada. E comigo mesmo! Por ter me enganado... Por ter enganado outro alguém. Por isso digo, com experiência própria, paixão dura dois meses. Paixão te confunde, te faz acreditar em tudo, te tira da realidade. E faz outros sofrerem; ás vezes você, porém mais os outros.
E neste momento, eu não tenho credibilidade em sentimentos como esses. Não consigo ter a mesma confiança que antes tinha de dizer que eu sei amar. Pessoas, pessoas reais, pessoas que ficam do meu lado, que eu toco e tenho quando bem entender. Amar eu sei, amor eu tenho, mas agora, com esse coração que esfria e se congela dia-a-dia, não tenho a mesma vontade de me entregar, como antes não tinha também. Agora é pior, agora é real; sei que não consigo me entregar, sei que não consegui falar a verdade sobre o que eu sentia. E por culpa de mim, por somente minha culpa, descreio do “Eu te amo!”.