domingo, 31 de julho de 2011

Sobre Apego e Liberdade


Já que não há linha de começo para sentimentos e pensamentos, não há começo para descrevê-los.
Coisas materiais ganham e perdem sentido facilmente para mim. O coração, o urso, a flor, a carta e o anel tornam-se especiais mais cedo ou mais tarde; mas não há tarde para se gostar de alguma coisa.
Normalmente eu me apego as coisas simples – me deixam extremamente satisfeita coisas simples, caprichadas e que fluem naturalmente. O céu, as nuvens, a lua, um ato gentil, uma demonstração implícita ou explicita de afeto.
Eu não ligo se eu tenho que agir como um homem, como uma mulher ou friamente para ter o que eu mais quero/gosto: a liberdade. Quem é mais livre? O homem ou a mulher? Os dois, nenhum deles. Não há sexo, não há etnia, não há opção ou orientação sexual, não há religião, não há nada que restrinja a liberdade para uma pessoa só: a liberdade é de quem quer e quem vai atrás.
A sensação de estar livre é tão boa e todos a procuram; mas quando desejam excessivamente e passam por cima de tudo por isso, nada conseguem. A ganância e o desleixo estragam tudo, o limite é essencial – em tudo nessa vida.

sábado, 30 de julho de 2011

Voltando Aos Contos de Amor


Estava no banheiro de seu apartamento; a pia com vários estojos de maquiagem; o secador ligado, e o rádio também. Uma toalha amarrada ao corpo; o rosto maquiado e o secador esvoaçando os cabelos.
Cantava alto a música que saia do aparelho de som; estava quase pronta para a festa que iria; além disso, estava sozinha em casa. Morava com uma amiga, e iria sair com os colegas de faculdade – praticamente uma rotina de todo fim de semana.
A campainha tocou, de imediato ela pensou “Mas quem é a flor de cacto que está essa hora aqui?”. Desligou o secador; caminhou até a sala, diminuiu radicalmente o volume do rádio e foi abrir a porta.
Antes, deu uma espiada no olho mágico; um rapaz que estava de costas.  A primeira coisa que notou foi as costas largas; ele vestia uma camiseta social lilás com listras roxas, calça branca e sapatênis em couro. Tinha o cabelo curto e castanho.
— Hm... Oi? Abriu a porta.
Ele virou, estava com uma caixa de pizza na mão. Tinha barba; usava uma corrente de prata no pescoço; um relógio branco no pulso esquerdo e brinco nas orelhas.
— Boa noite! Sorriu.
Ela abriu os lábios, um sorriso meio desconcertado.
— Ah sim, boa noite...
— Eu vim trazer a pizza...
— Pizza?
— O Rogerio pediu que eu trouxesse...
Rogerio era um dos amigos de faculdade dela.
— Ah! Ela despertou do encanto; desprendeu a correntinha dourada da porta e deixou-a abrir totalmente.
Ele fixou os olhos nos dela; ela riu.
— Você conhece ele?
— É meu amigo, também.
— Aham!
Ele esticou o braço com a caixa, ela pegou a pizza.
— Obrigada! Ela balançou a cabeça e abriu um sorriso deslumbrante.
— Ao seu dispor! Ele colocou a mão no bolso e devolveu o sorriso.
Ficaram ali sorrindo e balançando a cabeça como dois desvairados.
“E é só isso? Esse homem perfeito vem aqui na minha casa de bobeira, me olha desse jeito, mexe com minha mente e eu vou ficar aqui sorrindo como uma hiena?”.
— Então... É isso! Tchau! Ela riu e deu um passo para trás, fechou a porta. Foi até o centro da sala e colocou a caixa em cima da mesa de centro.
Ficou ali em pé, parada. A cabeça meio avoada, como se estivesse ainda sentindo os efeitos de uma droga sintética.
Caminhou passos de gato até a porta, e abriu-a sorrateiramente. Não viu ninguém.
“Parabéns! Como sempre, estragou mais uma oportunidade. Idiota!”.
Ficou olhando para frente, suspirando pesado; colocou a cabeça um pouco mais para fora e olhou para a esquerda; manteve-se assim por alguns segundos. Quando voltou-a para cima, assustou-se.
— Desculpa! Ele se assustou também e colocou a mão no braço dela.
Era sim o moço da pizza, do perfume entorpecente, do sorriso brilhante, dos olhos castanhos.
— Não, não, não foi nada!
Ela olhou para seu braço; sua respiração estava afobada, o coração acelerado. Olhou nos olhos dele.
— O meu susto foi grande, meu coração está muito acelerado... Ela fez uma cara de piedade extremamente convencível, ele se sentiu extremamente culpado.
— Me desculpe, foi sem querer, eu voltei porque...
Ela colocou o dedo indicador na boca dele, sinal para que ficasse em silêncio.
— Só vou te desculpar se eu me acalmar! Abaixou a cabeça. Levantou-a devagar e cerrou os olhos. – E só seu beijo vai fazer isso.
Ele abriu um sorriso de lado, respirou fundo. Ela deslizou as mãos até o pescoço dele; mordeu seu lábio inferior.
Alguns passos para trás e estavam dentro do apartamento; ela empurrou a porta e esta fechou.

Abriu os olhos; estava tudo escuro; a janela do quarto estava aberta, a brisa da noite abraçava o quarto. Ela olhou para o lado e viu o moço da pizza logo ali. Viu uma aliança em seus dedos; nos criados mudos que ficavam do lado esquerdo e direito da cama havia porta-retratos com fotos deles.
— Outro sonho com você... Sussurrou. – E felizmente, um sonho que se realizou.
Deitou a cabeça no peito forte e nu do namorado, acalentou-se nos braços fortes e tatuados dele.
— Eu te amo! Não saia da minha realidade, não saia dos meus sonhos...
Fechou os olhos.
— Nunca!
Ele respondeu.
Abraçou-a forte.

quarta-feira, 13 de julho de 2011

Sobre o Sofrimento


Mesmo sabendo que há dor
Eu continuo a seguir-te
Contrariando a direção da luz
Pois minha luz, nada mais ou menos, é você

Mesmo sabendo que há sofrimento
Continuarei a seguir-te
Felicitando-me por momentos
Que na realidade representam a distância
Que existe entre mim e você

Senhor dos meus dias,
Mediador de minha triste alegria
Sabe que tens tudo o que quer em suas mãos
Só não sei eu se queres meu pequeno coração
Já que este não é válido pelo tanto que já sofreu

Dono de meus pensamentos
Faria-me completa estar em seu alento
Não distancie de mim teu olhar
Minha alma insiste em clamar por ti
Mesmo sabendo que é em ti que encontro a dor

Possuidor de meus encantos
Digo-te possuidor também de minha contradição
Pois não sei se fico triste ou feliz ao te ver
Sendo que a tristeza vem de nossos desentendimentos
E a felicidade de seus carinhos e seus beijos

Não peço-te nada porque ao amor não cabe pedir
Ao amor só cabe dar e não cobrar, abrir mão e não sentir falta
Ao amor só cabe amar e a mim só cabe te querer
Não se esqueça jamais de quem sou eu
Sou eu o amor, o amor de todo mundo e somente o seu

sexta-feira, 8 de julho de 2011

Juramento de amor


Eu juro à você, e somente à você
O meu amor, por toda minha vida,
Toda minha fidelidade e compaixão
Toda minha confiança e dedicação

Eu juro honrar o amor que sentes por mim
Juro fazer-te feliz todo tempo que eu puder
Fazer-te sentir como se fosse a única pessoa no mundo
Como se fosse a única que tivesse meu coração

Conto-te o que Deus fez inspirando-se em ti
Fez o beija-flor, fez a rosa, fez todo o amor do mundo
Fez a minha vida e meu coração
E sem titubear, entregou-me toda à você

Eu prometo com todo o fervor desse amor que lhe sinto
Que farei com que essa chama dure
[Mesmo sabendo que nada é para sempre]
Porque nosso triângulo do fogo só precisa de mim, de tu
E de nosso amor

Mesmo que nossa história tenha um fim próximo
[O que desejo que não tenha, pois lhe amo]
Eu te amei de corpo, de alma e de vida
Com meu corpo te toquei
Com a minha alma te almejei
Com a minha vida eu te vivi
Vivi tão intenso quanto o ardor de uma queimadura

E todas essas minhas juras enlouquecidas de amor
Devem-se a todo bem que trazes à mim
Mesmo que digas que não merece
Eu digo que merece
Tu és cabido de tanto merecimento
Que ás vezes sinto medo de não ser a pessoa certa para você

Insisto em prometer que serei tua serva
Minha servidão sem limites a te beijar
A te querer, a te amar, a te ter perto de mim
Já não consigo viver sem teu calor
Sem teu carinho, sem tua presença

Que eterno seja nosso amor
Sendo que é chama, e que apaga
E que eterno seja seu amor por mim
Sendo que não conseguirei viver sem ti
E que o destino seja nosso eterno amigo
Sendo que é ele que separa os amantes

Mas o que o bom Deus junta, nem destino separa

domingo, 3 de julho de 2011

É Desse Jeito


Eu procuraria mil inspirações para dizer
Com as palavras mais bonitas que eu encontraria
Os melhores versos para falar da vida
Mil versos dizendo sobre o que eu sei
Sobre o que eu aprendi
E sobre o que eu gostaria que soubessem
Minha vida é cheia de sorrisos
Aprendi a viver um dia de cada vez
O dia de ontem que fique guardado na gaveta de ontem
Hoje é um novo dia, trabalho pro presente
Para o pretérito imperfeito!
Eu escutei “Não espere o futuro, não
Se esforce com o presente! É ele quem cuida do futuro”
Eu estou muito satisfeita com a minha vida
Mas eu procuro sempre mais
Tenho curiosidade e vontade de tudo
E principalmente das coisas mais simples
Me dê um rádio, a natureza, meus melhores e uma dose de whisky
E estou pronta, estou feliz
Eu não tenho um namorado, um cara de chapéu com barba
Ou forte ou com os cabelos louros ou grisalhos
E não é por isso que vou morrer, ou vou me condenar
Não vou me condenar porque os caras não vêm atrás de mim
Eu não tenho perfeição em nada,
Mas conheço Alguém que tem
Nas horas de sofrimento, eu peço só uma coisa
“Se for para melhorar aqui, eu melhoro
Se for para melhorar junto do Senhor, melhor ainda”
Eu tento entender a vida, não brigar com ela
Se eu for discutir as coisas ruins que acontecem
Piores elas ficarão
Eu sei que não sei quase nada sobre ela
Mas o que eu aprendi comigo ou com os outros
Me torna maleável em certas situações
E é desse jeito que eu vou!
Na simplicidade, na malandragem, no sorriso
E é desse jeito que me saio melhor!
Não é todo dia que faço o que eu quero
Mas todo dia tenho uma nova chance de melhorar o mundo
Todo santo dia tenho uma nova chance de ser feliz
Mais uma santa vez

sábado, 2 de julho de 2011

Sourio


Você disse “Oi, qual seu nome?”
Depois disso nada mais foi igual
Eu disse “Hey, o que você está fazendo?
Entrando assim na minha vida
E ganhando assim minha atenção?”
Depois disso nada entre nós foi igual
Você disse “Sorria todo dia,
Porque seu sorriso é o Sol do mundo”
Então você virou o motivo de eu sorrir
Todo momento e todo dia que eu acordo
Mas agora, você anda aprontando
Bagunçando o que tínhamos
E isso me deixa insatisfeita,
Porque eu deixei você entrar na minha vida
E eu sorria para você
Não pergunte “Por que tão séria?”
Fazendo referência direta para mim
Eu disse “Sorria todo dia,
Porque seu sorriso ilumina meu mundo”
E você desenhou um sorriso no seu rosto
E todo dia, todo momento, mesmo com o coração triste
Você sorri para mim e me faz sorrir
E iluminamos o nosso mundo inteiro
Com coisas ridículas de pessoas apaixonadas e normais
E de pessoas que não acreditam no amor
Você é o motivo qual eu...
Sorrio!

Terríveis Maravilhas


Eu estive passando pelas estradas
Assim como as outras vezes que por ali andei
Eu estive desejando me manter longe
De tudo que eu venho agüentando por esses tempos
Por momentos eu consegui deixar distante
Todas as memórias e tudo que eu não gosto
Mas o mundo gira e eu tive que voltar
Se eu tivesse como manter a terapia da distância
Seria melhor para a minha mente
Mas o mundo girou e eu tive que voltar
Com isso eu aprendo que no mundo tenho que contar comigo
Mesmo que a vontade de jogar tudo para cima seja maior
Todo castigo traz uma lição
Todo prazer traz uma dor, antecipada ou atrasada
E eu prefiro que a dor venha antes.
Nas estradas que eu passei, vi pessoas
Vi natureza, vi centenas de vidas
Vi histórias e belezas desconhecidas
Com isso calculei sonhos e futuros
Pelas estradas que eu passei – vindo e indo
Me lembrei de você, da civilização
Cumprimentei e me despedi dos prédios
Da poluição, do ar escasso e pesado
E da paisagem que parecia pintura
Me lembrei de você, das suas palavras
Dos seus conhecimentos, e das minhas suspeitas
É irônico saber que um segundo se torna lembrança
É que de repente estivemos perto, assistindo
Olhando, descobrindo e felicitando
E noutro segundo estivemos longe
Quilômetros de distância tanto física quanto mental
Essa é a maravilha deste mundo
Essa é a maravilha do meu mundo