terça-feira, 17 de maio de 2011

Cartas Para Onde Bem Estiver 2


Meu quarto, um dia depois do 16 de maio de dois mil e onze

Queridíssimo amigo,
Não pensei que voltaria a lhe escrever. Mas é o que está acontecendo agora, não é? Sabe, eu fico feliz quando lembro do que passou hoje; fico feliz de ter acontecido nenhum avanço; até porque eu não tenho o que avançar e não quero que pareça algo planejado – quero algo de instante, momento, para que diga “Foi de repente!”.
Vou usar o acaso! Você sabe da história de que o acaso nos ajuda, ás vezes por si próprio, ás vezes quando nós provocamos ele. É isso caríssimo, vai ser tudo por acaso na vista de todos menos da minha.
Eu não gostaria que desse errado, eu estou gastando tempo demais com você e meu tempo é precioso, mais que precioso – preciosíssimo! Me disseram que mereço algo melhor que você, colega. Eu ri, ri muito e tanto. Falando assim, parece que vamos namorar e vamos ficar cinco anos juntos até nos casarmos e construirmos uma família. Quer saber? É a última coisa que eu quero, fera!
Eu não te peço uma aliança (nem dourada nem prata), não te peço uma confissão de amor e também não te peço esperanças e um relacionamento. Quero só um acaso! Um por acaso! Um “Ops... Aconteceu!”.
Eu sei (pela terceira vez inicio um parágrafo com a palavra “eu”) que toda essa vontade de matar a minha não vai passar de um sentimento de meta cumprida, de objetivo alcançado. Excuse pela confissão, e por mostrar que aprendi a ser como vocês. Homens. Mas é a minha realidade, eu posso parecer apaixonada ou o raio-que-o-parta, mas na verdade só estou sedenta por cumprir um objetivo antigo (admito ser antigo, porque já sinto isso há mais de um, dois, três meses; mas só agora me dei conta que não é bobeira).
Olha, eu sei e você sabe, eu não sou depravada; não é por eu te ver como uma meta que serei tachada como puta. Aliás, acho que até seria, nossa sociedade é cruel! É obscura! É m-a-l-i-g-n-a!
Se tivéssemos a maioridade ao nosso favor, nós dois seríamos mais fáceis de acontecer. Vou te contar o que penso disso: desde pequenos já fazemos o que queremos da nossa vida, a única diferença é que quem resolve as consequências são nossos pais/responsáveis. Depois dos 18, quem irá assinar documentos, pagar multas, ser preso seremos nós (lindos e apetitosos jovens).
Chega. Por hoje é só.
Não falei nada de romântico, nada de bonito, nada de singelo – falei a realidade. Na vida nem toda literatura fala de amor, fala de casal perfeito, amor correspondido e sorriso encantador. Mas vou colocar uma pitada de romantismo para não perder o costume.
“Quando eu te vejo, eu estremeço.”
Eu não tenho palavras para terminar essa frase. Eu não sou apaixonada por você! Nós não temos, não teremos e nem tivemos nada de romântico. E assim vai prosseguir, você do seu lado e eu do meu. Eu sinto que é diferente com você, mas não de uma forma romântica, não de qualquer forma.
Te quero por acaso, te quero por querer.
Eu vou parar por aqui, já falei demais e já sinto a culpa disso.

Não vou me despedir,
Se cuida.

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