domingo, 11 de setembro de 2011

Roteiro De Uma Ficção Romântica


Eu não sei como eu te vi; minha visão não é das melhores quando estou sob efeito de alguma droga (álcool); mas te vi.
Eu, andando pela festa procurando outras pessoas, olho para frente e te vejo: foi como fogos de artifício. Apesar da comparação infantil [ou seja lá o que for], eu decidi que seria você quem eu procuraria, não mais ninguém. Meu amigo-companheiro de todas as horas topou te seguir; e lá fomos nós.
Você estava sozinho; parado; recebeu uma mensagem no celular; depois saiu com expressão de procura. Para mim era óbvio que envolvia mulher, e que você tinha esquema armado; mas mesmo assim decidi ir atrás. Acredito que, se fosse para te ver beijando outra pessoa, eu não hesitaria em te seguir; pois luto contra a vontade do ser humano de ser único e insubstituível na vida de alguém.
Quando eu e meu amigo descemos a escada, alguns metros de distância; você cumprimentou vários homens. Ficamos parados um pouco longe para disfarçar o que você não poderia desconfiar. Depois dos cumprimentos e das conversas, você seguiu em frente; nós te perdemos de vista e já aí eu pensei na dificuldade de você me ver, porém não paramos a procura; como meus olhos são afiados para quem deve, te encontrei, continuei a perseguição; você deu a volta e subiu outras escadas que levavam à uma distância não muito grande do lugar em que te vi. Era como andar em círculos.
Ao contrário do que primeiramente imaginei, você se encontrou com amigos, não com mulheres. Enquanto um outro conhecido me assediava amigavelmente, porém ousadamente, você olhou diversas vezes para trás; sendo que na distância de 1,5m atrás de você quem estava era eu.
Para mim foi duvidoso as primeiras vezes quais você olhou para trás; na minha direção; e nossos olhos se cruzaram horizontalmente. Foi duvidoso por que qual seria o nexo de você ficar me olhando? Perguntei disfarçadamente de meu conhecido para meu amigo-companheiro se você poderia ter descoberto a vigilância, ele respondeu que provavelmente não.
Foram gostosas as dezenas de trocas de olhares que compartilhamos. Quer que eu diga o que achei, superficialmente?
Você é um daqueles caras quais param o meu mundo. Muitos outros não conseguem isso; eu sou muito fresca; só acho legal uma aproximação maior com pessoas do seu tipo [outras prefiro uma única vez e olhe lá]; e eu realmente te procurei o resto da noite em quase todos os possíveis lugares, e não te encontrei jamais.

Agora vem a parte das lamentações.

Poderia ter sido diferente? Será que eu fui sem atitude, outra vez, por não ter te parado quando, depois de meia hora no local onde estava com seus amigos, passou em minha frente?
Por que você apareceu; foi coincidência, acaso ou Deus?
Eu já conheço o fim dessa história, se eu ficar pensando em você. Vou alimentar a vontade de te ver; vão passar cinco meses, vou desnutrir essa vontade até ela morrer; depois de nove meses que te vi vou te reencontrar e me sentir como uma idiota por ter pensado em ti.
Será que se eu te procurar em todos os lugares que eu puder, vou te encontrar? Ver seus olhinhos brilhantes nos meus; poder chegar em você e conversarmos sobre qualquer coisa que não te mostre minha idade e te deixe vislumbrado.
Gostaria demais da sua presença; gostaria demais de ouvir de você elogios sobre mim, tão discretos que passariam imperceptíveis se não fossem para mim.

Você passou em minha frente [justo aí, sendo que poderia ter passado em muitos outros lugares tão espaçosos quanto onde eu estava]; seguiu seu caminho naturalmente; eu tentei te seguir de novo, mas foi impossível; meus olhos te perderam, os olhos do meu amigo-companheiro te perderam; nós nos perdemos e até agora não nos encontramos.

Será que se eu viver pra te ter, te terei em meu viver?
Eu espero que não seja outra peça do acaso, e espero você junto do acaso e das coincidências.

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