domingo, 20 de novembro de 2011

Como vai você?


Ela chegou toda mansa, sorrateira como um cão quando faz algo de errado e vem pedir desculpas:
—Como vai a sua vida?
Os olhos murchos, opacos de piedade e brilhosos de amor vencido, me olhando como se conseguisse me ter outra vez.
—Muito boa!
Deu um sorriso de meio lábio, esperando o fim da frase que nunca iria terminar.
—Temos chances?
—Chances do que? Respondi com uma pergunta. Clichê.
—De sermos nós outra vez. Ela se aproximou, querendo pegar em minha mão; aquelas mãos que já me levaram a tantas felicidades, e que já me roubaram tantas lágrimas e dor desse coração de pedra de calçada.
—Não. Sou fria demais, esquisita demais, complicada demais e me importo de menos para que haja reconciliação.
Não adianta...
O que era para ser, foi.
Tivemos nossas chances, poderíamos ter sido melhores, poderíamos ter aproveitado mais; mas escolhemos dar valor as nossas chagas.
Agora que acabou... Acabou. Não volta mais. Continuamos vivas e intensas, mas as coisas que rápido chegam ao fim, só tem essa trajetória, porque foram exploradas além do limite por muito tempo.

Nenhum comentário: