sábado, 30 de junho de 2012

Deixa, Deixa Eu Dizer o Que Penso Dessa Vida


“— Calma, pequena! Calma, que tudo vai passar! Não toma decisão com a cabeça quente!

 
Ele me dizia isso como se fosse fácil. Como se fosse fácil aguentar meses, dias, horas, todo esse tempo aguentando você. Eu não sei qual foi a maior desgraça que eu fiz na minha vida pra poder merecer isso que acontece comigo. E sinceramente me pergunto, eu merecia isso?
Não vou dizer toda a história desde o início, isso é passado, está lá... Há tantos meses atrás que eu pouco faço questão de contar. Foi o início de toda minha desgraça. Te olhar nos olhos foi o início da minha desgraça. Hoje a história é diferente, por isso o início não convém.
Agora ele me perguntou: “Se hoje a história é diferente, então por que diabos você está estressadinha?”. Meu melhor amigo me joga questões irrespondíveis.
Estou estressadinha porque... É um sentimento egoísta. Totalmente egoísta. Eu sou egoísta! Assumo, e não me orgulho; mas assumir alguma coisa é um grande passo. Eu não queria que você fosse feliz, só pra descontar as tantas vezes que acabou com o meu dia. É horrível isso, eu sei, mas é que esse horrível não chega perto do quão mal eu fiquei. Eu odeio essa nossa “história”! Essa nossa interligação, ai credo.
Tem muitas questões que não dá pra responder. Como por exemplo, quando perguntam “Mas valeu a pena?”; eu não sei o que responder. Eu acho que só eu me preocupo com as coisas que valem a pena na minha vida. Tenho medo de ter, realmente, perdido tempo com nós. Minha vida é preciosa porque é curta, e eu não faço ideia de quão curta ela pode ser. Por isso tenho medo de ter desperdiçado cada momento.
Estou de férias de tantas coisas, e quero férias pra mim, “chega de me doar, chega de me doer”, como diz um dos meus poetas favoritos. Eu não me dou mais. Queria não me doar 100%, mas ainda restam 2% que me fazem vir aqui e escrever algo completamente sem sentido, enquanto meu melhor amigo se pergunta o porquê da gente ser assim.
Eu encontrei umas três maneiras de melhorar essa parte da minha vida. Digamos que já tentei milhares de vezes a primeira, que era não desistir nem abaixar a cabeça no primeiro problema. Vieram tantos, e eu continuei “firme”. Pulei pra segunda maneira, que era deixar a “Deus dará!”. Não está dando certo. A terceira é a que eu vou aplicar agora: acabou, chega, cortinas fechando, por favor, beijos, tchau.
Minha pequena...” – suplica meu amigo, coitado, quase tão perdido quanto eu. Sou pequena de tamanho, não de alma. E a melhor saída pra toda minha confusão é o fim do espetáculo, porque nem mesmo sem sentimentos afetivos dá pra lidar com você. Ai Jesus, tanta gente nesse mundo e eu fui emperrar logo em você. Logo eu, tão cheia de princípios, de desregrares, de sins e nãos. Eu, que por toda minha vida não me deixava cair nessas brincadeiras de gostar de alguém. Eu que era tão mais feliz!
As verdades sejam ditas: eu sou difícil de lidar, e você também é. Não sei quem é mais. Acredito que você. Mas, cá entre nós, você sempre foi displicente comigo; até seus amigos concordam. Até eu concordo! E assino embaixo. E deixo uma pequena gorjeta. Sua displicência e indiferença acabaram com algo que iria ser colossal. Cá entre nós, as coisas fluiriam extremamente bem se não fosse isso.
Se tem alguém aqui para lamentar, esse alguém é você. Quem saiu perdendo, foi você. Quem acabou com tudo, foi você. Eu estou na boa, eu não perdi nada; talvez só minha dignidade, minha pureza, minha calma na alma; mas pra quem tem cabeça boa, isso se reconstrói.
É. Acredito que agora, finalmente, a temporada de férias para mim mesma está aberta.
Que a verdade seja dita: meu melhor amigo, nada mais é minha consciência.
E por favor: querer que você não me enlouqueça e tampouco me procure, é pedir demais?

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