E então eu deitei no imenso gramado
Doces borboletas vieram me sussurrar ao pé do ouvido
Disseram que nada é por simples acaso
Nós tínhamos muito que viver
Depois apareceram joaninhas, vermelhas, laranjas,
Mostraram suas cores e seus amores
Sussurraram ao pé do meu ouvido
“Ninguém entra na sua vida sem te ensinar uma lição”
Não obstante, por que não estava a confiar,
Fadas verdes apareceram, jogando brilho a toda volta
Me beijaram todo o corpo e sussurraram, em meu ouvido,
“Lembra daquele dia, aquele dia nublado, que só te trouxe
problemas?”
Mexendo com minha memória, respondi vagarosamente que sim
“Lembra quando você se sentou, e ela te puxou para perto?
Você nem acreditou que isso era possível, mas isso
aconteceu”
Fadas não mentem, lembre disso
“Lembra quando ela te abraçou, e você nem acreditou nisso?
E quando você olhou nos olhos dela, e ela piscou pra você?
Garanto que acabei de te roubar um sorriso, pois se
lembrou”
Fadas não mentem, fadas roubam o que afirmam
E no meio da imensidão verde, apareceram pequenos duendes
Juntaram-se as fadas, e ao pé do meu ouvido disseram
“Não desista do que te faz bem”
Eu me neguei, afirmando a dor que eu sentia
“Não abra mão do que já te fez muito feliz”
Neguei novamente, fadas e duendes me alucinavam
“Quer saber?” disseram todos
Eu apenas balancei a cabeça positivamente
“Não desista de quem você gosta de verdade
De quem te rouba sorrisos sinceros em momentos
inoportunos
De quem você não consegue passar um minuto sem pensar
Quem você não consegue deixar para trás”
Fadas não mentem, duendes só dizem a verdade
Sem saída, prometi pra mim mesmo continuar com minha
menina
Ela me machuca tanto, que dói respirar solidão
Mas eu gosto dela, e toda vez que tentei fugir, voltei
onde estava
Não tive medo de dizer “eu posso morrer sem ela”
As fadas me responderam “isso só será verdade se disser a
ela”
Então fechei os olhos
“Desde que o mundo seja nós dois, seremos nós contra
todos”
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