Eu queria ser a primeira pessoa que lembra quando acorda
E a ultima que pensa antes de dormir
Primeiramente eu queria que todas minhas doenças fossem
embora
Assim eu teria certeza que viveria mais para poder te ter
Acredito que meu tempo está acabando
E eu nem pude te aproveitar muito
Mas eu quis, de verdade, ser sua musa
Ser o monumento completamente imperfeito da sua exposição
Desfigurada por fora e complexada por dentro
Ser a pessoa que você sempre quis pra você
Eu quis, de verdade, ser quem aparecesse quando fechasse
os olhos
E quando ouvisse a palavra “ela” lembrasse de mim
Não queria que se apaixonasse por mim, jamais,
Muito menos que se prendesse ou mudasse
Só queria me manter na sua memória
E escondida, aconchegada, em uma parte bem bonita do seu coração
Eu, cheia de defeitos, cheia de podridões e pecados
Louca, inconsequente, intensa, maníaca, confusa, perdida
Uma caixa de pandora em molde humano
Uma pessoa lamentável, que só faz o errado
Como eu poderia ser alguém dos seus sonhos?
Vamos ser sinceros... Você também não é dos melhores
Mas eu não sou flor que se cheire, se pise, se jogue
Sou só mais uma pertencente à natureza e ao instinto
selvagem
Na realidade, eu não quero nada de você
Quero tudo, na cara deslavada, no couro, no ouro
Na pureza desse atrito que temos entre nós
Como pode dois seres se sentirem tão assim?
Eu só queria ser o [errado] certo para você
E o que tiver que ser, existirá
Mas como nada é perfeito...
Vou levando minha vida, esperando você no nosso banho de
chuva
Nas censuras, juras feitas pelos toques, nada além do
sensorial
A falta de vergonha na cara e o deleite entre os lábios
Eu lembro a cara e os barulhos que você fazia
Enquanto eu confessava para mim mesma
“Baby... I love you”
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