quarta-feira, 18 de julho de 2012

Relíquia


O que a gente sabe fazer muito bem
A gente só faz de vez em quando
O proibido se torna mais interessante
Quando as regras trazem a insanidade

De repente uma maré de sentimentos
Vem me renovar a alma
Poderia me sentir tão bem cuidada quanto uma criança
Mas me sinto mais confusa
Tentando esconder as respostas das minhas perguntas

A ressaca chega e avassaladoramente arrasta tudo para as profundezas
Levou meus sentimentos e meus carinhos por você
Eu não queria me sentir assim
Tudo por um fio
A garota que ia mudar o mundo está sentada em cima do muro

Eu precisava te dizer o que era
Mas não é assim tão fácil falar só por falar
Cada vez que eu tentava chegar perto
Alguma força me puxava para o outro lado
E quando eu dizia que já nem queria, era pra tentar me enganar
Era tudo só um disfarce, mas hoje em dia já nem preciso

Eu tenho grandes culpas e falhas maiores
Mas não deixam de concordar comigo a sua parte nessa destruição
Um barco nunca é feito com uma madeira só
O mar nunca é tão lindo sem a lua
Não me obrigue a carregar o nosso mundo nas costas
Porque sempre foi assim, mas daqui pra frente não vai mais ser

Quem de nós dois vai ser o maior culpado?
Se nunca dissemos nada um pro outro
Nunca juramos nada
Só vivemos cada um a própria vida escondendo tudo quanto mais podia
Então dizer que houve fim não é coerente
Mais ainda: culpados não existem

Se não houve crime...
Não há criminosos
O nosso maior crime foi achar que o mais forte é o que menos sente


segunda-feira, 16 de julho de 2012

O Verde Dos Seus Olhos


Já andei tão perdida por essas ruas da vida
Hoje é bonito olhar para trás e ver nós dois
Ás vezes me pego lendo as coisas que você me escrevia
“Amor da minha vida”, “minha boneca” e você sorria
E mostrava o quanto me amava, me queria por perto,
É uma pena não ter mais as suas cartas
Ou ter apagado as mensagens que me mandava
Peço tanto a Deus que te cuide por esse tempo que não estou por perto
Contando as milhares de brigas, as desavenças fúteis
Das toneladas de ciúmes, da minha indiferença
Eu só quero lembrar do seu rosto no meu
Dos seus braços em mim
Sua mão na minha
Podia, como foi, ser amado de alma
Você podia, como teve, a minha história
Tantos clichês que eu deixo de me importar
Das ruas que eu ando agora eu não te levo mais do meu lado
Nós éramos ótimos engenheiros
Mas acabamos ficando grandes demais para nossas pontes
O amor acabou ficando de lado pela possessão
E a nossa história, que tão promissora era, teve fim

Eu ainda, como nunca, sinto falta dos seus olhos claros
Da sua pele, do seu cheiro
Mas às vezes é melhor que estejamos assim
Longe, separados
Nossa história ainda me rouba sorrisos
Aqueles bobos, sorrateiros, que parecem vir com o vento
Pode vir para mim se quiser, mas por favor, só não demora