terça-feira, 22 de novembro de 2011

Eu me perco em você, nos teus antigos trejeitos, nas palavras que não me disse, no que deixou de me fazer feliz. Eu te encontro em mim de todas as maneiras, nos meus pensamentos, nas minhas palavras – e (in)felizmente, no meu coração.

Amor que nunca morre


Luzes atordoando minha mente
Acho que é a sua alma passando ao meu lado
Eu não consigo negar essa sensação
Você me faz bem com teus olhos verdes

Em um reencontro triunfal
Dividindo minha vida e meu amor
Você pode vir e levar tudo embora
Porque eu só preciso de você

Em um lugar mais calmo
Em um lugar atordoado
Em meio a remédios e álcool
Ou no nosso quarto desgastado

A fada verde nos encontra e nos abençoa com bebedices
Essa pessoa que eu me torno junto de você...
Essa eu sabia da existência, mas não conhecia
Eu quero tanto te ver feliz que me torno luz

Luz para iluminar qualquer coisa que queira
Luz para poder te ver sorrir
Luz para clarear meu coração
Luz para ver que não estou mais sonhando

Dois segundos são lentos demais
Obrigado pelo sorriso de despedida
Mas é só mais um devaneio meu
Sobre seus olhos de ressaca – e meu amor que nunca morre

segunda-feira, 21 de novembro de 2011

Sonhos Roubados


Qual a distância entre meus sonhos e a realidade?
Se tudo parecer muito distante,
De qual eu posso desistir?
Meus sonhos ou minha realidade?

Dizem que é impossível abrir mão de nossa realidade
Mas o impossível é apenas uma opinião
Seriam meus sonhos cheios de realidade
Ou minha realidade cheia de sonhos?

Quanto custa, no mundo tão capitalista, realizar-se?
Eu, que moro em uma condição tão miserável,
Uma vida tão suja, um lugar tão perdido,
Onde todos já abriram mão de si mesmos

Qual é a hora de se desistir de sonhar?
O mais bonito de um sonho é a persistência
Quando tudo conspira, desde o começo, a dar errado
E você mantem a fé e a esperança que tudo vai dar certo

domingo, 20 de novembro de 2011

Como vai você?


Ela chegou toda mansa, sorrateira como um cão quando faz algo de errado e vem pedir desculpas:
—Como vai a sua vida?
Os olhos murchos, opacos de piedade e brilhosos de amor vencido, me olhando como se conseguisse me ter outra vez.
—Muito boa!
Deu um sorriso de meio lábio, esperando o fim da frase que nunca iria terminar.
—Temos chances?
—Chances do que? Respondi com uma pergunta. Clichê.
—De sermos nós outra vez. Ela se aproximou, querendo pegar em minha mão; aquelas mãos que já me levaram a tantas felicidades, e que já me roubaram tantas lágrimas e dor desse coração de pedra de calçada.
—Não. Sou fria demais, esquisita demais, complicada demais e me importo de menos para que haja reconciliação.
Não adianta...
O que era para ser, foi.
Tivemos nossas chances, poderíamos ter sido melhores, poderíamos ter aproveitado mais; mas escolhemos dar valor as nossas chagas.
Agora que acabou... Acabou. Não volta mais. Continuamos vivas e intensas, mas as coisas que rápido chegam ao fim, só tem essa trajetória, porque foram exploradas além do limite por muito tempo.

quinta-feira, 17 de novembro de 2011

Se


Quem é que vai descobrir os segredos do teu sorriso?
Dizendo que tal proeza todos querem fazer
Esse teu sorriso tão enigmático, disperso, cativante
Leva tantos e tantos a sublime loucura

Quando de longe os ruídos do seu riso invadem a sala
O pobre coração dispara e se acaba
Entra em um frenesi tão deturpado que o próprio não se aguenta
E se despedaça, deixando cair suas asas

Essa tua magreza displicente, essas tuas curvas insanas
Esses teus lábios que me caem, me levam ao chão
Esse teu sorriso que me arranca o peito
É tudo isso que me faz deixar tudo para trás e seguir-te

Tira de mim toda essa magia que me afunda
E me joga ao lugar onde eu permaneço por horas
Enrolada ao teu corpo, alentada no teu peito
Em meio aos teus longos cabelos

Os teus olhos que enxergam o mundo cinza azulado
Me capturam de modo a te deixar em meu lugar
Teu côncavo todo borrado de preto
Despeja toda essa tinta em meus salientes espaços

Leve-me para tua casa, me surpreenda como sempre
Faças com que eu me perca em você
Ria de mim, me faça enigmas sem fim com teu sorriso
Apenas pare de me olhar e me leve junto de você – outra vez

domingo, 13 de novembro de 2011

Ajoelha-te: venha até a mim


Podem dizer que sou uma má pessoa, que sou cheia de desejos insanos, vontades nunca vistas em pessoas sãs; digam o que quiser! Sou o que sou, não sou o que não gosto.
Você é um caso raro de se encontrar, te olho por toda sua volta, farejo esse teu ar de cachorro vagabundo, sinto essa sua atmosfera de quem não presta e não faz por menos. Esse seu olhar de quem é forte, de quem não sai por baixo, eu conheço tudo isso, conheço-te mais do que a ti mesmo. É muito fácil decifrar-te: é alguém oco por dentro, fraquíssimo, e seu erro é que eu sei muito bem como te derrubar.
Você pode tentar enganar a todos, mas a mim não engana! Sinta-se a vontade para ser meu objeto de sadismo requintado da noite.
Vou te prender na cadeira da verdade; vou te apresentar à insanidade, vou te fazer conhecer seus piores medos e ainda vou te dar, de brinde, a percepção de como és vazio. Vai sentir-se tão atordoado por saber que não passa de um nada, mas tenha a certeza de uma coisa: isso é só o começo.
Vou te colocar no lugar de todos os males que fizeste, vai ajoelhar-se em minha frente, suplicar por seu bem-estar, mas: sinto muito... Com desgraças sorriu, com desgraças irá chorar.
Vejo você indo ao seu encontro, surpreendente o modo como seu arrependimento é falso, e como sua petulância é idiota. Não vai me enganar. Na escola que você estuda, eu já fui expulsa.
Vai suplicar a morte para não passar por isso, mas nem a morte tem piedade de ti. Eu não apoio seu suicídio, seu desfalecer carnal, quero é ver tua essência destruída – apenas isso. Quero que olhe no espelho e veja quão apodrecido é, e como tenta ser alguém que nunca vai ser. Quem é bom, nasce com isso.
E para o seu fim, vou te prender na coleira do tempo. Vai se dilacerar de angústia e de deleite. A angústia das lembranças que terá de mim, a pessoa que quebrou o seu paradigma de merda. O deleite de me venerar até o fim do seu tempo.
Vou cuspir-te na cara do mundo, todo esquartejado de seus próprios medos e desfalecido de suas próprias imoralidades.
Me perdoe, mas quebraste a única regra com que convivo...
Para que eu possa me despedir no melhor modo possível, irei rasgar um sorriso em seu rosto, dizendo-te “Porque tão sério? Vamos colocar um sorriso nesse rosto!”. Te darei as costas e desaparecerei, da melhor forma a te deixar confuso.
Sou apenas a sua consciência cansada de você de suas mentiras.

sábado, 12 de novembro de 2011

Você me tem nas mãos, mas me troca pela batida


As coisas são tão fáceis, tão simples de se fazer, de resolver, e você consegue complicar tudo. Para que ser tão diferente assim? Não pense que eu não sinto quando você é seco e frio comigo porque está com ciúmes. Não pense que eu não sei que você não me pergunta certas coisas por medo. Não pense que eu não acho que você não vem falar comigo porque quer sentir que eu me importo com a sua falta.
Tudo se resume a poucas palavras, gestos e perguntas. Eu não estou disposta a ser a segunda opção; ou sou a primeira, ou nada. Você tem que entender que não sou garota de joguinhos, sua displicência me irrita e seu jeito de tentar não ligar, também.
Estou tão cansada da sua maneira de agir. Você é tão sensitivo! Eu não deixo de pensar em você, só para constar. Mas não preciso te dizer isso, ou tenho mesmo?
Eu só quero seu corpo no meu, por favor, não complique simples momentos. Pare com esse drama, com essa história de me fazer ciúmes, porque você está conseguindo mexer comigo – e isso não vai acabar bem.
Não pense que é sendo frio que vai me ter aos seus pés! No mesmo momento em que não vem falar comigo, o outro vem. No mesmo momento em que você não puxa assunto, o outro me elogia. No mesmo momento que se faz de difícil, o outro me estende o braço. Não pense que só há você de homem no mundo, ou no meu mundo, e que as suas garotas me fazem ciúmes. Suas garotas me fazem rir, para você ter noção de quanto me importo com elas.
Só não se esqueça de uma coisa: eu me amo em primeiro, segundo, terceiro lugar, e até o fim da lista. Se você não me der valor, eu não ligarei nem um pouco; me amo o suficiente para saber que você é sem atitude demais para mim.
Acorda, amor! Depois que me perder para sempre, lembre-se: nós poderíamos ter tido tudo, mas você trocou isso por seus caprichos.