segunda-feira, 30 de maio de 2011

Por Quês


Perceba que eu nunca vou ser a pessoa que vai falar com você primeiro; perceba que eu nunca vou te perguntar “Por quê?” em determinadas perguntas que fizer; perceba que eu raramente vou dizer o que eu sinto por você diretamente para você (sem poesias, poemas, contos); perceba que eu não vou mostrar nunca meu ciúmes; perceba que muitas vezes o que eu digo e o que eu faço mostrará uma imagem de como se eu não desse a mínima para você; perceba que quando eu estiver de mal humor, eu não vou falar com você; perceba que muitas vezes vai parecer que só te quero quando eu bem quiser; perceba que às vezes vou ser fria o tanto suficiente de pensar que te trato mal.
Quer saber os por quês?
Porque eu tenho medo de você não me querer bem e eu ser um estorvo para você; eu tenho medo de seus “porquês” me machucarem; porque eu tenho medo de te dizer o que eu sinto e você deixar de se interessar por mim; porque acho que demonstrar ciúmes é para fracos, e que se você tem alguém que te faz mais feliz que eu... Siga em frente com ele; porque eu tenho alergia a muitas frescuras, aprendi a mostrar meu amor em forma simples e diária; porque eu não vou querer te machucar com meu mal humor e te afastar de mim; porque eu quero te tratar bem, para que você goste de mim como eu sou; porque às vezes eu sou fria para que meus sentimentos não te enojem, assim como alguns me enojam.
Resumindo, porque eu realmente te amo.

Questões Abertas


Hoje eu vi um rapaz tão bonito.
Porém não vi seu rosto. Aí me perguntei, para que eu gostaria de ver o rosto dele? Não vou ter seu nome, telefone, nem ele.
Por que eu o achei bonito? E se, por algum milagre do momento, ele me cumprimentasse e a gente conversasse... Para que iríamos trocar nossos telefones para um futuro encontro? E se a gente começasse a sair, para que eu teria um companheiro?
Por que as pessoas procuram umas às outras? Por que precisam de um alguém? Por que se procura amor? E para que?
Por que as pessoas têm vontade de beijar as outras? Por que quando vi um outro rapazote esses dias atrás, fiquei com vontade de cutucá-lo e pedir um beijo? Por que eu o achei interessante?
Por que as pessoas sentem falta de contato físico? De beijo, de toques, do encaixe sexual, dos suspiros de prazer, da satisfação? Por que as pessoas procuram sem descanso alguém para suprir suas necessidades? Elas não conseguem ser felizes sozinhas?
Por que, se existem família e amigos, procuram amor? A metade que falta, a outra parte da história? Por que se apaixonam? Por que eu sou estranha em não ligar, por não procurar ninguém, por não sentir vontade de tudo isso?
Talvez por não ter mais munição suficiente para entrar nessa guerra. Eu já entrei, já entrei em diversas batalhas, e quer saber? De 10, ganhei 2 (isso são números jogados ao vento, sem precisão). Não tenho mais forças de colocar meu exército em ação. Por isso fico aqui, quieta, vivendo minha vida sem ninguém e sem procurar alguém. E por fim, uma última... Por que precisaria de um homem ao meu lado?

Se7e Vezes Você


Nós não somos um para o outro. Não nascemos um para o outro; não fomos feitos um para o outro. Claro, concordo, você é muito parecido comigo como nunca ninguém foi; muito perfeito, muito lindo, muito amável, muito virtuoso. Mas nem eu te mereço, e nem você me merece. Aliás, nos merecemos sim! Mas você sabe, é aquele lance do destino e do acaso. Um dia ele nos juntou, e até hoje nos separou – até hoje, até amanhã e talvez até sempre. Você combina comigo!
Ás vezes (minto, é sempre; porém de vez em quando) eu imagino como seria se ficássemos juntos. Iria ser engraçado! Engraçado porque até onde sei temos os mesmos objetivos, os mesmos pensamentos sobre cores, flores, amores, e blábláblá, a mesma aparência, não os mesmos olhos. Nós iríamos nos dar bem!
Das minhas lembranças, ninguém pode tirar nada. Essas são as únicas coisas que eu vou levar para a vida inteira – o que ninguém pode tirar. Os seus sorrisos, os seus olhares, os seus trejeitos, o seu andar, as suas lembranças ninguém vai tirar. Isso é bom, porque você me fez crescer; mas é ruim, porque me lembra daquela coisinha que no fundinho eu gostaria que acontecesse de novo mas em todo o meu resto eu sei que não vai. Eu e você! Você combina comigo! Nós iríamos nos dar bem!

Generosidada á Parte


Chegou a hora de dizer algumas coisas que machucam.
Eu não vou evitar ser má com minhas palavras, muitas vezes as pessoas aprendem apenas se machucando.
Eu nunca disse que as pessoas que me agradam são aquelas que gostam das mesmas coisas que eu; é claro que adorei conhecer uma garota que era apaixonada por pin up e filmes clássicos, mas isso era da essência dela – ela não forçou. É claro também que adorei conhecer alguém que eu pude discutir sobre os artistas que eu gosto, os filmes que eu assisti, mas isso era da essência da pessoa – ela não forçou. Você pode ser o inverso de mim, mas se você é do jeito que você é... Não tem comparação.
Pessoas sem personalidade!
Desculpa, mas é isso. É falta de personalidade. Agir pelos outros, não por si; seguir o que os outros seguem, não o que você quer.
“Estou/estava assistindo um filme preto e branco ontem!”. Isso não significa que ele seja antigo. Alguns diretores gostam de brincar com isso, e daí, e daí que eu gosto de filmes antigos, mas isso não significa que eles sejam branco e preto.
Você diz que não disfarça quem você é, então realmente você é um alguém sem personalidade. “Faça o que eu falo, não o que eu faço”.
Eu não sou um monstro que vou morder todos que não pensam como eu, todos que falam coisas que não vão me agradar, que agem diferente de mim, que gostam de coisas diferentes de mim. O legal do ser humano são as diferenças – já disse e repito: qual seria a graça se todos fossem iguais? O que você iria conhecer, discutir, descobrir? Coisas fáceis são para os fracos. Legal é quando você debate, corre atrás, opina, se solta, se liberta.
Para ser meu melhor, não precisa ser eu. Sei que você busca a perfeição, mas o perfeito não é o virtuoso, não é a cópia ou a tentativa da.
Tudo bem... Você me admira, gosta do meu jeito, se espelha em mim... Mas sua essência? Ela tem que ser feita da sua, não da minha.

domingo, 29 de maio de 2011

Revira, e Voltas


Sábado á noite, onze horas da noite. A lua pontualmente em seu cargo de vigiar tudo e todos; as estrelas iluminando ali e acolá.
O salão era fechado, com o externo preto, o que dava totalmente a impressão de casa de festas; a porta de entrada era de vidro, com uma cortina escura logo atrás; o corredor de entrada era escuro com dois vasos de plantas nas extremidades leste-oeste; dentro do salão era incrivelmente claro e sofisticado, a claridade das paredes, dos vidros e dos pisos não quebravam a sobriedade de toda a parte exterior; era largo e comprido, com várias mesas espalhadas; um buffet com vários tipos de comidas leves porém requintadas; um bar na lateral esquerda com três atendentes e várias bebidas; luzes coloridas que brilhavam por todos os lados quebrando a escuridão das incandescentes apagadas; no fundo, um homem que estava responsável por toda uma aparelhagem de som tocando Johann Christian Bach, por mais incerto que pareça.
Ela estava com um vestido curto e preto de paetês; com um broche de prata com pequenas pedrinhas de diamante na cintura do lado esquerdo que deixava o vestido mais curto desse lado; as costas ficavam nuas, com uma alça fina que ligava o verso com a frente do vestido; estava com uma pulseira de pérolas cinza, que se fechava com um laço de cetim da mesma cor; calçava um salto nove de paetês foscos assim como os do vestido; a maquiagem realçava os lábios, que estavam com batom vermelho, os olhos delineados e os cílios bem volumosos. Assim que chegou, caminhou até a anfitriã para desejar uma boa noite e que a mesma seja próspera.
Quando terminou as bajulações e agradecimentos à amiga, fez uma vistoria pelo salão. Com os olhos altos, parada na ponta do pé com o dedo indicador nos lábios, olhou rapidamente por todo o local para ver se encontrava alguém conhecido. Quando seus olhos passaram pelo lado esquerdo da grande sala, encontraram-se com outros dois que estavam a te fitar.
Ele estava com os braços apoiados na bancada do bar; vestia um blazer aberto acinzentado; calça social da mesma cor; camisa social em tom pastel rosa; sapato dockside preto e sofisticado. Tinha os olhos cerrados, do seu lado um copo com whisky.
Ela respirou fundo e pensou consigo, “Conheço você!”. Ele se endireitou, fez sinal com a mão para que ela fosse até ele; ela apontou para si como se perguntasse se era com ela; ele balançou a cabeça e fez o sinal novamente, ela balançou a cabeça negativamente como resposta. Ele então seguiu até a garota, com passos firmes e determinados, e a cabeça para baixo.
— Boa noite! Colocou os braços para trás, assentiu com a cabeça.
— Boa noite! Ela sorriu em resposta. Olhou nos olhos dele, se recordou daqueles olhos sedutores, maliciosos e sorrateiros de gato; só não sabia onde tinha os visto outra vez.
— Eu queria saber seu nome... Ele disse boquiaberto e meio esquecido, como se também estivesse estudando os olhos castanhos dela.
Camile.
Deu uma pausa, levantou a sobrancelha; o olhar de um fixado ao do outro.
— E o seu?
Edouard...
O silêncio continuou.
— Eu já vi esses teus olhos em algum lugar... Não minto! Não é uma cantada velha, não sou de cantadas ou xavecos. Ele sussurrou.
— Eu admito que também já devo ter te visto!
Ela olhou-o dos pés à cabeça. Era forte, tinha músculos que deixavam o blazer colado ao corpo. Ele fez o mesmo, ela tinha muitas curvas e tão bem definidas... Estavam da mesma altura, por culpa do salto que ela usava.
— Você é daqui?
— Sou natural da cidade vizinha, mas moro aqui faz pouco tempo. Ela respondeu com um sorriso maroto nos lábios vermelhos.
E você?
Nasci aqui e moro aqui desde sempre.
Como é o seu sobrenome?
Sorel. Edouard Sorel.
Conheço alguém com esse sobrenome... Você é parente da Natalie Clementi?
Sou primo da esposa do irmão dela... Serve?
Uau...

Há dez anos atrás eles se conheceram na festa de casamento do irmão de Natalie com a prima dele. Ele tinha 17 anos, ela 15. Conversaram á distância, se olharam de perto e por uma noite inteira.
Ela ainda era meninota, tímida, não tomava atitude de chegar mais perto. Ele, moço já, mas com a timidez não menor que a dela, também não tomava iniciativa de uma conversa face-to-face.
Durante cinco inesquecíveis horas trocaram sinais, uma linguagem entendida apenas por eles e por qualquer amante janota que conversou através de olhares.
Como esquecer daqueles olhos tão castanhos, grandes e desenhados no dia mais inspirado da criação do bom Deus? Como esquecer aqueles olhos tão profundos e verdes, que sintetizou a preciosidade do momento por toda a noite?

— Eu acho que nós podemos nos dar bem. Ele disse, sorriu e pegou na mão dela.
— Eu preciso saber da sua vida...
— Dessa vez eu quero ouvir a sua voz a noite toda...
Seguiram até uma mesa. Sentaram frente a frente.
— Eu te procurei.
Por pouco um “Eu te gosto” não escapou da boca dela. Assentir e sorrir tão brilhante quanto o Sol era a melhor resposta que encontrou.
— Nós vamos nos dar bem.
As mãos se entrelaçaram em cima da mesa; os olhos se fixaram novamente, por toda a noite.
E não é que o acaso, casado com o destino, prega surpresas, mesmo? Sinceramente, eles que cuidem de suas vidas a partir daí. E nós... Nós cuidamos de resgatar o tempo que perdemos. “Eu por você, você por mim, e o amor por nós!”.

quinta-feira, 26 de maio de 2011

O Melhor De Mim


Esta noite lembrei o que disse para mim
Disse que meus olhos eram bonitos
Meus cabelos macios
E meus lábios o seu mal
Eu estive procurando loucamente
Palavras que eu poderia responder
Mas quando eu estou ao seu lado
Sinto como se o mundo inteiro fosse meu
Eu não sei o que fazer
Eu não sei o que falar
Eu não sei o que vai acontecer
Só sei que eu quero o bem de nós dois
Eu só sei que o melhor de mim
É você

Hoje quando eu te vi
Eu sorri.
Eu te abracei mais forte que ontem
Te fitei mais detalhadamente que nunca
Percebi que quando você me olha nos olhos
Eles brilham... E você levanta a sobrancelha
E eu sorrio, e eu levanto os olhos, e eu te vejo
Eu te sinto, eu te domino, eu te tenho
Eu conheço, eu sei o que eu gosto
E talvez seja de você.

terça-feira, 24 de maio de 2011

Modéstia á Parte


Cada vez que você pisa em meu peito
Eu me ergo retumbante novamente
Você pode tentar me derrubar
Mostrar que tem mais qualidades
E que é melhor que eu
Mas não vai conseguir!
Porque apenas de você tentar isso
Já mostra o quanto inferior a mim você é
Coloco minha modéstia á parte em momentos assim
Porque sei quanto melhor que você sou
E sabe a maior prova que tenho para isso?
Nunca abaixei a cabeça para suas investidas
Sempre fui de peito aberto contra sua maré
Sempre venci, tanto que estou aqui
Firme e forte!
Quer saber?
Se tenho Deus ao meu lado, me protegendo, me virtuando
Não é você quem vai me derrotar!
Acorda, linda,
Melhor que eu, só duas de mim.

segunda-feira, 23 de maio de 2011

Lei do Silêncio


Você vai olhar nos meus olhos
Vai dizer que a noite foi dos sonhos
Que ela é tudo o que você esperava que fosse
E ainda mais
Que nunca provou algo igual
E que está apaixonada.
Eu vou abrir um sorriso, perguntar
“Quando vão sair novamente?”
E você dirá que irá conversar com ela
Vou sorrir e dizer, boa sorte!
Você vai virar as costas e seguir
Mas não vai ouvir meu coração se quebrar
Você vai virar as costas e ir embora
Mas não vai lembrar do arame farpado
Que colocou em meu coração
E que a cada palavra que fala sobre ela
Esse arame se estreita, aperta, machuca
Você vai virar as costas e mandar um beijo
Eu vou sorrir e dizer, boa sorte!
Não vou quebrar a lei do silêncio
Fico bem ao ouvir suas palavras de satisfação
Mas você não vai lembrar do que eu te disse antes
Eu vou fazer este favor, e você fingirá não ter ouvido
Outra vez!
“Ela é quem eu quero esta noite”

9dades, diga


Diga-me as novidades,
Como o mundo está te tratando?
Eu espero que bem, sinceramente
Quais são as novidades?
Como vai o amor para você?
É claro que, gostaria de estar nesse posto
É bom te ver novamente
Desculpe estar incomodando
Perguntando sobre seu íntimo
Mas é bom te ver novamente
E poder pegar em suas mãos
Você não mudou nada,
Continua amável, como sempre
Você não entenderá,
Eu também não mudei
Continuo a te gostar.

domingo, 22 de maio de 2011

Arrependimento


Eu não me arrependo de nada
Não me arrependo das risadas sem sentido
Não me arrependo das lágrimas que derramei
Mesmo que sempre me achei forte suficiente
Para não chorar na frente de tanta gente
Não me arrependo de ter mostrado minha fraqueza
Não me arrependo dos três e tantos copos de whisky
Não me arrependo de ter ficado triste
De ter sentido uma angústia mortífera
Não me arrependo de ter dançado como se fosse a única
Não me arrependo de ter dito coisas sem sentido
Não me arrependo de ter declarado
A minha vontade que depois se desfez
Me arrependo de ter tido vontade de voltar no tempo
Porque fiz tudo do jeito que eu poderia fazer
E ainda para finalizar, não me arrependo das oportunidades
Aquelas mesmo!
Aquelas que desperdicei.

Que Sejam Queimadas As Esperanças


“Alô?
Não precisa falar nada, só me ouça
Sei que já passou das quatro
Mas não posso dormir assim
A vida me ensinou a não abaixar a cabeça,
Não desistir fácil nem de primeira
Já tropecei muito, e acho que sempre escolho errado
Mas, na real, cair e levantar é melhor
Que cair e ficar jogado, pensando não ter saída
É claro que me senti magoado
E angustiado, como nunca, para ser sincero
Mas desistir não existe mais no meu vocábulo
Eu sei que o tempo vai passar
E é ele que vai me dizer se insisto em você
Boa madrugada, tchau”
A ligação finalizou e eu fiquei sem entender
Há horas que fico bem e outras mal
Só queria saber a razão de tudo isso
E você ajudou a complicar tudo
Me dizendo tudo isso e me dando esperança
Quais esperanças?

Alguém Me Olhando


Você não vai ser minha nessa festa
Haverá pessoas mais bonitas que eu
Mais cheirosas, bem arrumadas
Mais interessantes, com mais curvas
Mais sedutoras, mais charmosas
Menos inteligente, menos legais
Menos conhecedoras de você
Você novamente não será minha
Você vai olhar a sua volta e dizer
Que há caminhos mais fantasiosos
Mais interessantes, mais cativantes
Para você conhecer e desfrutar
E que eu não sou tão boa assim
Para que seja minha essa noite
Mas ainda assim eu vou te procurar
Para apenas dizer
Que já gastei tempo demais com você
E que sempre sinto que há alguém
Alguém me olhando - melhor que você

Eu Acho Que


Eu acho que não gosto mesmo de pessoas
Ou pelo menos algumas delas
Ou pelo menos alguns momentos delas
Eu sei que eu posso parecer egoísta
E esquecer os meus defeitos que tão grandes são
Mas muitas vezes algumas me chateiam
E outra parte delas me alegra
Um momento, um toque, um olhar
Já muda completamente o momento
Tanto para bom, tanto para ruim
Principalmente aquelas que você sempre espera
Uma “ação individual” boa
E vem, com uma única frase,
Acabando com sua alegria
Eu acho que eu não gosto mesmo de pessoas
Prefiro minhas cadelas.

terça-feira, 17 de maio de 2011

Cartas Para Onde Bem Estiver 2


Meu quarto, um dia depois do 16 de maio de dois mil e onze

Queridíssimo amigo,
Não pensei que voltaria a lhe escrever. Mas é o que está acontecendo agora, não é? Sabe, eu fico feliz quando lembro do que passou hoje; fico feliz de ter acontecido nenhum avanço; até porque eu não tenho o que avançar e não quero que pareça algo planejado – quero algo de instante, momento, para que diga “Foi de repente!”.
Vou usar o acaso! Você sabe da história de que o acaso nos ajuda, ás vezes por si próprio, ás vezes quando nós provocamos ele. É isso caríssimo, vai ser tudo por acaso na vista de todos menos da minha.
Eu não gostaria que desse errado, eu estou gastando tempo demais com você e meu tempo é precioso, mais que precioso – preciosíssimo! Me disseram que mereço algo melhor que você, colega. Eu ri, ri muito e tanto. Falando assim, parece que vamos namorar e vamos ficar cinco anos juntos até nos casarmos e construirmos uma família. Quer saber? É a última coisa que eu quero, fera!
Eu não te peço uma aliança (nem dourada nem prata), não te peço uma confissão de amor e também não te peço esperanças e um relacionamento. Quero só um acaso! Um por acaso! Um “Ops... Aconteceu!”.
Eu sei (pela terceira vez inicio um parágrafo com a palavra “eu”) que toda essa vontade de matar a minha não vai passar de um sentimento de meta cumprida, de objetivo alcançado. Excuse pela confissão, e por mostrar que aprendi a ser como vocês. Homens. Mas é a minha realidade, eu posso parecer apaixonada ou o raio-que-o-parta, mas na verdade só estou sedenta por cumprir um objetivo antigo (admito ser antigo, porque já sinto isso há mais de um, dois, três meses; mas só agora me dei conta que não é bobeira).
Olha, eu sei e você sabe, eu não sou depravada; não é por eu te ver como uma meta que serei tachada como puta. Aliás, acho que até seria, nossa sociedade é cruel! É obscura! É m-a-l-i-g-n-a!
Se tivéssemos a maioridade ao nosso favor, nós dois seríamos mais fáceis de acontecer. Vou te contar o que penso disso: desde pequenos já fazemos o que queremos da nossa vida, a única diferença é que quem resolve as consequências são nossos pais/responsáveis. Depois dos 18, quem irá assinar documentos, pagar multas, ser preso seremos nós (lindos e apetitosos jovens).
Chega. Por hoje é só.
Não falei nada de romântico, nada de bonito, nada de singelo – falei a realidade. Na vida nem toda literatura fala de amor, fala de casal perfeito, amor correspondido e sorriso encantador. Mas vou colocar uma pitada de romantismo para não perder o costume.
“Quando eu te vejo, eu estremeço.”
Eu não tenho palavras para terminar essa frase. Eu não sou apaixonada por você! Nós não temos, não teremos e nem tivemos nada de romântico. E assim vai prosseguir, você do seu lado e eu do meu. Eu sinto que é diferente com você, mas não de uma forma romântica, não de qualquer forma.
Te quero por acaso, te quero por querer.
Eu vou parar por aqui, já falei demais e já sinto a culpa disso.

Não vou me despedir,
Se cuida.

segunda-feira, 16 de maio de 2011

Cartas Para Onde Bem Estiver


Algum lugar, 16 de maio de um ano terminado com 11

Caro alguém,
Estive ciente de que está feliz. Aliás, feliz com um alguém. Peço desculpa pela minha indiscrição com nomes e lugares e datas, mas acho que é melhor para nós (eu e eu mesma) manter as coisas assim.
Ressalto, antes mesmo de completar dez linhas de “carta”, que onde estiver eu espero que sinta minhas palavras e consequentemente se conscientize que nunca esperei nada de você (mesmo muitas vezes recebendo ações partidas de você que representavam segundas intenções para qual queres olhos) e só te desejei, como sempre desejarei, a melhor das alegrias – digo, felicidades. Porque acho alegria uma coisa passageira e instantânea, felicidade uma coisa que dura e quando lembra do que te fez feliz, se sente feliz novamente e abre um daqueles sorrisos.
Onde bem estiver, espero que se sinta bem. Espero que quando feche os olhos lembre de algo ou alguém que te fez mal, muito mal.
Onde bem estiver, espero que esteja alegre! E que quando lembrar do que te trouxe alegria, comece a chorar desesperadamente.
Onde bem estiver, espero que esteja valorizando o que tem. E quando ver que algo não está saindo como DEVERIA ser, dê um jeito de conformar – essa é a vida. Não, tudo é como a gente quer. E se as coisas não estão do jeito que DEVERIAM estar, a culpa é mais do que sua; e é claro, você tem toda a abertura de jogar ela em quem você bem entender (menos em mim, porque acima de tudo não te dei abertura para isso).
A realidade é que eu não tive chance com você e não sei o pois. Não sei se não sou tão bonita quanto aquela puta com que você estava (aliás, eu não sou tão puta quanto ela, vai ver que é isso), ou talvez você tenha se tornado cego para as minhas jogadas.
Um bom jogador entende o lance até com os olhos tapados. Então, caro amigo, entendo você como um bom agente ativo das ações, mas como um não-bom receptivo de ações. Você não consegue ver que dei um centésimo de mim? Ah, acho que ainda foi pouco. Cinco centésimos estava de bom tamanho.
Espero, de toda razão, que se dê bem com a sua little-crazy&dirty-bitch. Ah, é claro que você merece um par de chifres e ser chamado de “pessoa que não satisfaz minhas necessidades” como os outros. É claro também que você merece perder o desejo por ela e dizer, depois, que ela não vale nada. Sabe por quê? Porque você a escolheu. Ela é linda, é gostosa, é p-u-t-a.
Meu anjo, você merece mais que uma noite com ela, merece uma hora comigo. Eu digo o que sei (ou finjo saber), o que ela tem é só um rosto angelical e um interior podre, cheio de vermes do não-ser, da falta de ética, do fingimento de ser alguém que não é, da tentativa de ser culta.
E para terminar, te deixo uma dica (uma daquelas): você, sem querer, escolheu ela. Digo sem querer porque talvez não entendeu o que eu queria (aliás, nem eu sabia o que queria); mas quem tem que saber? Eu ainda estou aqui. Mas não por muito tempo, porque.
Não existe porque, existe é a nossa químico-física.

Um adeus,
Eu.

sexta-feira, 13 de maio de 2011

Abri Mão


Garanto que faço o impossível
Do lixo um coração
E mesmo assim te garanto que consigo
Mesmo toda hora lembrando
Do que não aconteceu
Eu sei que o que eu disser não vai mudar
O que nunca foi dito
E também sei que o que eu pensar
Não vai mudar o que passou
Os verbos que sumiram do meu dicionário
O seu nome é algo que eu poderia apagar
As coisas erradas me lembram você
Eu não te procuro, eu não te acho
E eu não te quero, nem te amo
As conexões continuam devagar
Tivemos chances imensas de nos ver
Mas eu não ligo para o que aconteceu
E o que realmente deixou de acontecer
Eu não ligo para nada que me traz você
Porque antes de tudo te trazer a mim
Eu existi e eu vivi, e fui feliz
E gostando tanto de mim assim,
Eu vou te deixar no local onde sempre esteve
Na calçada de frente de casa
Como se estivesse lá por toda a vida
Eu não tenho nada a agradecer nem a desculpar
E é por isso que vou te deixar
Explicações não são muito, não são poucas
E menos necessárias
Para quem nunca trocou uma palavra comigo
Como você posso encontrar, assim como e tão melhor
Mas, você não se lembra a razão de ter me olhado?
Não fui suficiente de te trazer à mim por mim mesma
E agora sou suficiente de te dizer “adeus!”
Cansei, desisto, estou indo embora.

domingo, 1 de maio de 2011

Don Miguel


Passos leves, precisos e silenciosos
Como de um gato preparado para o bote
O olhar brilhante, lustrado e bem aparado
O sorriso perfeitamente desenhado
O alvo preparado, treinado para não titubear
A cabeça empinada, para que melhor pudesse enxergar
E a pose de imperador, com um sorriso sarcástico de brinde
Por onde passa, o rastro de seu perfume se prolifera
“Te peguei pelos dedos para dançar
Enquanto a aurora não chega”
Deitou-a em seus braços, dilatou a pupila
Olhando em seus olhos
“Mas um coração para a minha coleção”
Deixou o corpo inutilizado para trás
Desceu as escadas, como um torpedo, deslizando
Pelos cantos do palácio de arquitetura antiquada
Em cada um deles tem uma história e um alguém
E um coração que ele roubou intencionalmente
Abriu a porta, deu-se com alguém que pela primeira vez
Encarou-o nos olhos, sem tremulação, ergueu a sobrancelha
Desafiou-o a um duelo de ladrões
E como uma presa encurralada, se rendeu
Colocou o rabo pelas pernas, se curvou a ela
“O que você deseja de mim?”
Que colha tudo o que plantou.
Saiu de lá um reles conquistador apaixonado,
Humilhado, transformado, transfigurado à um lobo moribundo
Devolvendo tudo o que roubou, sentindo falta de algo
Algo que pensava que nunca teve por nunca amar.
O seu coração.