terça-feira, 22 de março de 2011

De Você


Nas horas vagas, quando dou ouvidos ao meu coração
Escuto o seu compasso tão suave e melancólico
Chorando a dor incessível de poder lhe ver
E assim ter que esconder a magia, o feitiço, o torpor
Desse sentimento tão desprovido que lhe sinto
Quando miro seus traços, vejo seus lábios
Chamando-me a perdição
Penso nos anseios secretos de poder te amar
Lhe dedicar meus beijos eternamente
Sem receio do tempo se acabar
Mergulhar no infinito de seus olhos
E me afogar singelamente em seu amor
Mande-me a rota do caminho para seu coração
E me satisfarei por todos os tempos de poder lhe seguir
Se te ter aqui é o que mais preciso,
Ver-te ao menos será não menos secundário

quarta-feira, 16 de março de 2011

Oito e Quarenta


Estou em seus braços, envolvida por brincadeira;
Os carros passam, as pessoas andam, as luzes iluminam
E meu antigo e sépia amor se renova.
Para sempre assim... Para sempre em seus braços
É como e onde eu quero estar, de novo.
Sentir tuas mãos nas minhas, teus lábios nos meus
E novamente seu olhar me encobrindo.
Ouvir sua voz e seu riso, sentir teu coração pulsando ao meu
E dizendo com os olhos o quanto esperei por isso,
E, de contínuo, escondendo de tudo e todos o quanto sempre te amei;
Até a hora em que você se vai, e leva o resto do meu pobre coração.
Depois disso, a vida continua. O que vale foi a estação.
E de repente, abro os olhos. Pego meu celular e vejo as horas.
8hrs44min. Era só um sonho.

Não Outra de Amor


Eu nunca soube o que estava fazendo,
E agora muito menos o que vou fazer.
Um momento quase perfeito, inocente o seu sorriso.
Aquela noite eu nunca vou esquecer.
“Tudo que é bom dura pouco”, mas não acaba cedo.
Já tantas e tantas vezes repeti essa história,
De quão é bonito teu olhar, quão luminoso teu sorriso
Quão grande é minha vontade de te ver, de longe.
Eu quero descobrir onde você mora,
E ao mesmo tempo quero tirar você do meu pequeno convívio.
Porque eu sei o quanto é estranho tudo isso,
E o quanto eu perco em tentar te encontrar outra vez.
Eu já busquei em outros olhos encontrar você,
E tantas vezes fracassei, pois como você não há.
Não gostaria de cometer o mesmo erro novamente,
Porque sei o quanto dói te querer.
Acredito na força do destino, e nos planos de Deus.
Mas costumo não pedir para te ter, só para te ver novamente.
A verdade é: com minha mente tão corrida,
Esqueci de te esquecer, deixei de não te amar, lembrei dos teus olhos.
E inocentemente, meu amar ao certo não é o mesmo;
Mas é puro, e ainda verdadeiro.
Não é um amar de te desejar a ser meu,
Mas de querer te ver feliz e isso é o que sinto desde que te “esqueci”.
Eu tentei me manter afastada, mas toda honestidade sabe,
Eu faço as coisas errado.
Só de lembrar você, eu já me sinto bem
Se for difícil para você, só queria te ver.
Só por uma noite.

segunda-feira, 14 de março de 2011

Muitas vezes, sempre


É tão difícil te deixar!
Só não digo impossível porque nada nessa vida é impossível.
Eu garanto, sim, não tenho o mesmo sentimento daqueles meses,
Daqueles longos e dolentes nove ou dez meses;
Mas o que resultou disso ainda me traz a vontade de te ver.
Amei-te secretamente e continuo a venerar-te em segredo.
Pode parecer estranho e um pouco receoso,
Mas a verdade é que – confesso – sua vida me interessa,
Saber, pelo menos superficialmente, como estás é atraente.
Seria pedir demais te ter, e seria audácia minha pedir isso
Já que tenho mais que provas de que sou passageira em sentimentos reais.
E hoje vejo que anulei um pouco a vontade de te encontrar
E se naqueles tempos tivesse te encontrado,
Certamente viriam a ser diferente as coisas.
Mas, como digo, as coisas acontecem muitas vezes como devem ser
E se não era para sermos um do outro, não fomos.
E se algum dia nessa longa estrada da vida
Tivermos que nos pertencer – nem que seja por um momento
Iremos! E como iremos! E sempre, e muitas vezes nunca.

segunda-feira, 7 de março de 2011

Perfeita


Fecho os olhos, pensando estar dormindo.
Abro-os de novo, para ver se é realidade;
E é... Poder olhar para qualquer lado
E ver seus lindos olhos me iluminando.
A maneira que leva os pequenos detalhes á perfeição
É tamanha e intensa, bonita e tão admirável.
Não precisas falar nada... Seu silencio, para mim, já basta;
Saber que existe e que é minha, já é o suficiente.
Poder abrir e fechar meus olhos
E te enxergar tão perto, tão reservada a mim...
Ouvir sua voz nem é tão cogente.
E tenho apenas um pedido, um único e não menos valioso:
Toda vez que fechar seus olhos tão cor-de-mel
Lembre-se dos meus olhos fitando-te e amando-te
E lembre de quão grande é o amor que te sinto.
Apenas fique onde está, do jeito que é.
Porque pra mim, sempre foi e sempre será.
Perfeita.

Omitindo


Eu gostaria de não saber que você havia mudado,
Que você não sente mais o mesmo de antes.
Gostaria de fechar os olhos e me sentir segura,
Mas já não é possível sentir a sua proteção.
Entre nós já não está havendo mais nada.
Lembra-se das paredes tão fortes que construímos?
Pois bem, agora elas estão desmoronando.
Você pode tentar se enganar, dizendo que tudo está bem,
Mas nada entre nós está bem ou igual à antes.
Bem, você costuma colocar a culpa em mim
E dizer que a distancia quem está impondo sou eu;
Mas eu te dou chances de ficar perto, de ficar junto
E você diz “Vou pensar”.
Escute: você pode ouvir isso?
Ouvir o barulho das nossas estruturas desmanchando-se
E cortando vagarosa e cruelmente meu coração?
Eu sei que muitas vezes a culpa é minha,
Mas nós poderíamos dividi-la.
Aliás, apesar de tudo, eu não consigo mais ficar ao seu lado
E talvez eu apenas esteja abrindo os olhos.
Não me pergunte para quem escrevi isso e outras coisas,
Pois eu não direi. Minha inspiração só cabe a mim.

Sem Título

Eu gosto tanto e muito de você
E esse tanto e muito é tão difícil
De mostrar, sentir e dizer.
Com esse meu maldito orgulho
Que me afasta tanto e muito de você;
E a junção dessa insegurança
Que me faz correr tanto, e muito, de você
Tornam todo esse amor
Tanto e muito gostoso de se viver.

sexta-feira, 4 de março de 2011

Guerra E Paz


Eu realmente estou sentindo sua falta. A falta do seu cheiro, a falta do seu jeito, e até mesmo dos males que me traz. Tudo me lembra você e é impossível tentar esquecer de você perto de mim, e da sensação que sinto quando estou com você. Eu digo, sim, é impossível esquecer isso; digo porque tento. Tento porque preciso, preciso me desligar de você nem que seja um pouco.
E o pior é ver que, apesar de tudo, eu sou muito feliz com você; e que não existe pessoa melhor para mim que você. Mesmo que eu olhe em minha volta e veja alguém atraente, logo algo vem e me diz “ele não é tão bom quanto o outro”. É frustrante a tua capacidade de ser audaz, e o pior, eu não poder desmentir. Não poder responder “Não, você não é assim e pronto”. Porque você é, você é tudo... Tudo e um pouco mais.
Dizer isso me traz imenso pesar; dar o braço a torcer me traz imenso pesar. Mas temos que ser realistas, sinceros, verdadeiros... Eu posso tentar mentir, posso tentar me enganar e me iludir, mas não dá. Eu consigo te odiar, consigo dizer que você é a pior pessoa do mundo e que não quero mais te ver novamente. Consigo porque eu sinto isso; eu odeio você, você é a pior pessoa do mundo e eu não quero te ver nunca mais. Mas isso é agora, isso é porque o amor anda ao lado do ódio, isso é porque – feliz ou infelizmente – eu gosto imensamente de você. E negar isso é o mesmo que dizer que não existe luar bonito, que as estrelas não são primorosas e o amor não é o bem e o mal reunidos em um sentimento só.

quinta-feira, 3 de março de 2011

Alguém Alto


Eu odeio saudade.
Odeio lembrar que todo dia eu chegava à escola
E tinha alguém me esperando, alguém alto.
E agora eu chego e só encontro outra pessoa,
Qual eu amo e é minha fiel escudeira.
Eu odeio lembrar que durante seis anos
Eu pude o ver todos os dias e não o abracei
Nas 2.190 chances que tive.
Eu odeio assistir aulas de espanhol
E sentir falta dele para falar e cantar nessa língua.
Eu odeio ter que sair para o recreio
E não ter que esperar na parte de fora do banheiro masculino
Porque alguém alto está usando ele.
Eu odeio não poder correr em volta da escola
Fugindo da inspetora, porque estávamos rolando na grama.
Odeio ter que chorar junto com minha escudeira
Porque sabemos que tudo estaria bem melhor
Se esse alguém alto estivesse junto de nós.
Não gosto de olhar para os lados e não ver
Ele mexer no celular escondido da professora.
Não gosto de não poder juntar minha carteira na dele
Para fingirmos estar fazendo lição, mas estávamos cantando Tim Maia.
Odeio não ouvir a risada escandalosa dele,
E no fim dela uma palma ou um soco na carteira.
Odeio saber que ele não sente tudo isso.
Odeio, mais ainda e infinitamente, saudade.

Coisas Que Eu Odeio


Coisas que eu odeio:
Odeio pombas; odeio quando chove e preciso sair;
Odeio quando meu esmalte forma bolinhas
E quando pinto as unhas errado, borrando tudo.
Eu odeio quando minhas cachorras não me dão atenção
E quando eu finjo estar triste elas vêm atrás de mim.
Eu odeio quando fico doente; odeio quando me machuco.
Odeio esnobismo e fingimento, falsidade e indiferença.
Odeio quando estou fria e quero que todo mundo se foda.
Eu odeio quando choro e parece que meu coração para
De tanta tristeza, e meus olhos parecem cair
De tantas lagrimas.
Odeio quando sinto saudade e não posso fazer nada contra isso.
Odeio ter que esperar tudo e qualquer coisa;
Odeio quando meu coração bate forte e rápido por alguém.
Mas eu tenho um amigo qual eu espero para conversar
E passo o dia inteiro lembrando do que fazemos.
Eu gosto de o ver entrar, principalmente dele falar comigo primeiro.
Eu gosto de rir com ele, gosto quando eu o abraço.
Gosto quando as mãos dele se encontram com as minhas
E gosto de olhar nos seus olhos.
Eu gosto de ver o sorriso dele, e do jeito que ele fala.
Eu gosto quando ele diz que gosta muito de mim,
Mas eu não gosto de admitir que eu também gosto dele, e tanto.
Eu gosto de ficar com ele qualquer tempo que eu puder,
E eu gosto de saber que eu encontrei alguém como ele.


Terça-Feira



 Um barulho de alarme começa a soar.
Ela abre os olhos, bate no despertador e ele desliga.
Senta-se na beira da cama, arruma seus grandes e belos olhos;
Levanta, caminha até o banheiro.
Lava o rosto com a água tão gelada quanto a mais fria neve;
Escova os dentes e sente o gostoso frescor de menta.
Abre o armário, pega seu delineador e faz um traço em seu olho.
Passa mascara para cílios. Como se eles precisassem ser maiores.
Fica um tempo se olhando no espelho, fazendo planos para a vida;
Recordando que precisa encontrar seu grande amor.
Caminha de volta até sua a porta do banheiro,
Olha fixamente para sua cama de casal
E os lençóis bagunçados.
Caminha em direção a cama, silenciosa e sorrateira como um gato.
Ajoelha vagarosamente na mesma e fica parada.
Pensa, sonha, até que se belisca e vê a realidade:
Seu grande amor está ali, na sua frente.
Seu homem, seu porto seguro e seu amigo,
Bem na sua frente, bem nas suas mãos.
Deita-se, abraçando-o, coloca a cabeça dele sobre seu peito.
Beija sua testa:
“Não acredito que te encontrei. Eu amo você.”